quarta-feira, 17 de março de 2010

Resumo do Seminário

ELEMENTOS GERADORES DE APRENDIZAGEM

INTRODUÇÃO

A educação cristã tem como finalidade “a formação integral e o preparo de cristãos, professores e pais, que irão instruir e formar outros” (GEORGE, 1993, p.109), “com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, (Ef 4:12). Paulo, em sua carta a Timóteo, complementa, dizendo: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fieis que sejam também capazes de ensinar outros.” (2 Tm 2:2).
Mas, para que esta educação seja eficiente há a necessidade de que alguns elementos geradores da aprendizagem estejam envolvidos tais como: aluno, recursos didáticos, local de aprendizagem, professor, clareza na instrução e o Espírito Santo.

1 O ALUNO

•Quem é o aluno
O aluno é o indivíduo que vai aprender a matéria. Ele “é responsável por aprender, a despeito da qualidade do professor. O aluno, [...] tem de aprender como se ele fosse 100% responsável.” (WILKINSON, 1998, p. 26) por esse aprendizado.

•Como o aluno aprende

Várias são as formas que o aluno aprende e elas precisam ser respeitadas a fim de que o aluno participe deste processo gerador de aprendizagem.

a)O aluno aprende através dos sentidos
O aluno aprende através dos cinco sentidos: audição, olfato, gustação, tato e visão. E a aprendizagem se torna mais eficiente quando vários ou todos os sentidos são usados na mesma aula. Ramos (2002, p. 46), diz que se aprende:
10% do que se lê; 20 % do que se ouve; 30% do que se vê; 50% do que se ouve e vê; 70% do que se discute; 80% do que se experimenta; e, 95% do que se ensina.

b)O aluno aprende através da interação com outros alunos
Nem sempre a aprendizagem é resultado só do uso dos órgãos do sentido. Ela também pode acontecer através da interação com outras pessoas. Isto significa que na sala de aula, de uma forma ou de outra, todos podem aprender e todos podem ensinar.
Na aprendizagem cooperativa ou interativa onde, todos ensinam e todos aprendem, torna o processo de pensar mais estimulante e rico. Todos entendem que ninguém é sábio o suficiente que não precise mais aprender ou que ninguém é indouto o bastante que não possa ensinar algo. Ramos (2002, p. 47), diz que “primeiro nós aprendemos em interação com os outros e somente depois individualmente num processo de internalização.”

c) O aluno aprende através do seu estilo pessoal de aprendizagem
Cada aluno aprende de forma diferente e estas diferenças devem ser respeitadas. A falta de conhecimento, tanto do aluno quanto do professor, sobre o fato de que cada um tem seu estilo próprio de aprender, pode dificultar o processo ensino-aprendizagem, pois no caso desta dificuldade acontecer, ambos podem achar que é o aluno o incapacitado para aprender e nunca o professor, para ensinar.

•Estilos de aprendizagem conforme Marlene D. LeFever

Marlene D. LeFever (2002), apresenta quatro estilos básicos de aprendizagem:
O aprendiz interativo aprende melhor quando ouve e compartilha idéias. Com muita facilidade ele fala de suas experiências e esta iniciativa pode promover aprendizagem entre todos.

O aprendiz analítico aprende melhor analisando as situações. Normalmente é bom observador e ouvinte. Pouco fala, mas aprende muito avaliando as informações que estão sendo dadas em sala de aula.

O aprendiz pragmático aprende melhor quando percebe o valor prático do conteúdo que lhe está sendo passado. Aprende melhor quando o professor promove um aprender combinado com fazer.

O aprendiz dinâmico aprende melhor quando a ação faz parte do processo de aprendizagem. Assim que ocorre o aprendizado, o dinâmico logo procura uma forma criativa para usar o que aprendeu.

• Estilos de aprendizagem conforme Cosete Ramos

O aprendiz visual processa melhor as informações quando as vê. Interage melhor com imagens, quer sejam apresentadas em forma de palavra escrita, figuras, ilustrações ou desenho.

O aprendiz auditivo precisa ouvir para poder aprender melhor. São alunos que aprendem mais quando ouvem a própria voz ou a de quem está contribuindo com sua formação. Geralmente não gostam de atividades que envolvam papel e lápis.

O aprendiz sinestésico aprende melhor através de movimentos ou toques. São alunos que aprendem enquanto agem. Atividades como dramatização, dança, artes manuais, jogos entre outros, despertam, muito, sua atenção.
Ao elaborar seu planejamento instrucional o professor precisa levar em consideração e respeito os vários estilos do seu aluno aprender.

2 RECURSOS DIDÁTICOS

A importância do uso de recursos didáticos não é apenas “ilustrar uma apresentação oral do professor, e sim ajudar o aluno a pensar e sentir a realidade” (TULER, 2003, p. 40). Recursos didáticos foram amplamente utilizados na Bíblia: O sacrifício de animais e as cerimônias no Antigo Testamento; No Novo Testamento Jesus lançou mãos de muitos recursos.
Gangel e Hendricks (1999, p. 244) mostram a importância do uso de recursos visuais para a estimulação da memória e que resulta em um aprendizado eficiente.

Métodos de
Comunicação Lembrança Lembrança
3 horas depois 3 dias depois

Quando o professor só fala .................. 70%......................... 10%
Quando o professor só mostra............. 72%.......................... 20%
Quando o professor usa uma
combinação de falar e mostrar............ 85% ........................ 65%

• Como Facilitar a Aprendizagem do Aluno?
Existem várias formas e uma delas é o uso de bons recursos didáticos.
O uso de recursos depende do propósito do professor. Há um objetivo especial para se usar certos recursos? Eles são realmente bons, úteis e necessários? O que ficará na mente do aluno, os recursos usados ou a aplicação e compreensão da mensagem? O propósito do professor ao usar recursos didáticos deve ser o de tornar o mais claro e prático possível o ensino para seus alunos, permitindo-lhes uma aprendizagem relevante.
O uso de recursos depende da habilidade do professor. O “professor precisa dominar o uso de ferramentas básicas de ensino [...] antes de se meter a adotar perspectivas inovadoras.” (COLEMAN, 1995, p.157).
O uso de recursos depende da habilidade do aluno aprender. Alguns aprendem mais rápido outros, de forma mais lenta. Alguns recursos não são indicados para certos tipos de alunos. Por exemplo: métodos visuais não devem ser usados em uma aula para pessoas com a integridade visual comprometida.
O uso de recursos depende do tamanho do grupo – Alguns recursos não são indicados para certos tipos de grupos ou ambientes. Por exemplo: retroprojetor não é indicado para um grupo muito grande ou em local aberto e durante o dia.
O uso de recursos depende do tempo disponível –Se o professor tem um tempo limitado para dar sua aula o melhor método é aquele que poderá ser usado, com sucesso, dentro daquele limite.
O uso de recursos depende do equipamento necessário – O planejamento do uso de um recurso deve incluir saber se o equipamento a ser usado estará disponível. O improviso pode prejudicar a comunicação do conteúdo e dificultar a aprendizagem.
• Alguns recursos didáticos
a) Alguns recursos didáticos que estimulam a visão
O cartaz; Mapa; O retroprojetor; O data show.
b) Alguns recursos que estimulam a audição e visão
O filme; As histórias; A música; Computador.
c) Alguns recursos que estimulam o olfato, o tato e a gustação
O lúdico; A arte; Passeio pela Fazenda; A Culinária;

A diversificação na maneira como se ensina e o uso de recursos apropriados produz uma aprendizagem significativa
Vamos fazer um exercício: Qual o assunto da sua próxima aula? Agora olhe à sua volta, ai mesmo onde está e tente encontrar um objeto que possa visualizar sua lição. Uns recursos podem ser comprados, mas outros só precisam ser “emprestados”.

3 O LOCAL DA APRENDIZAGEM

• O Que é a Escola?
A escola é um lugar onde professor e aluno se reúnem para colaborar com o desenvolvimento, quer seja intelectual, afetivo-emocional, motor, social ou profissional de ambos.

• Como elemento gerador de aprendizagem a sala de aula deve ter:
a)Criar um clima de amizade entre a população escolar.
b)Selecionar conteúdos que sejam relevantes para a prática diária.
c)Abrir espaço para os alunos questionarem.
d)Criar um sistema de avaliação que descaracterize o testar para aprovar ou reprovar.

• A Escola Bíblica Dominical X Escola Secular
Ambas: Têm a função de ensinar; Usam métodos e meios para ensinar; Separam os alunos por idade.
Diferem: Escola Secular - Funciona 5 dias por semana; Funciona 5 horas por dia;Tem férias; Dá certificado de conclusão; Prepara bons profissionais para o mercado de trabalho.
EBD - Funciona 1 dia por semana; Funciona 1 hora por dia (+ ou -); Não tem férias; Não dá certificado de conclusão; Prepara bons cristãos.

4. CLAREZA NA INSTRUÇÃO

Um dos componentes mais significativos de um professor eficaz é a clareza. Existem alguns comportamentos básicos que descrevem o professor claro:
• Algumas Características de um Professor Claro
a)Linguagem Correta e Pronúncia Articulada – “poblema, muitas das vezes”.
b)Repetição
c)Detalhe
d)Ênfase
e)Destaque
f)Verificação do Entendimento do Aluno
g)Ajustamento ao Nível do Grupo
h)Explicação / Exemplificação
i)Relação Conceito - Prática
Esses comportamentos de um professor claro não são executados isoladamente, mas de forma interdependente de modo a se integrarem e interagirem entre si durante todo o processo ensino-aprendizagem.

• Alguns comportamentos de um professor obscuro
Assim como existem comportamento de um professor claro, também, estão presentes em sala de aula, comportamentos denominados de confusão ou obscuridade na instrução.
a)Termos Vagos – “ mais ou menos, pode ser,” entre outros.
b)Hesitações Verbais – “a..., ã..., né, é...” entre outros.
c)Conteúdo Digressivo – “desvio de rumo ou do assunto”
Estes comportamentos prejudicam a clareza do professor, consequentemente, a aprendizagem do aluno. Cada professor deve analisar-se a si mesmo para verificar, à luz destas informações, que tipo de professor está sendo: claro ou confuso?

5.O PROFESSOR

O professor é o elemento de maior responsabilidade em sala de aula, pois é ele quem vai orientar o aluno no processo da aprendizagem.

• Como o Professor se constitui elemento gerador de aprendizagem?

a) Através da Interação em sala de aula
Se na sala de aula todos aprendem e todos ensinam, o professor, também, aprende muito com esta interação. Agindo assim, o professor permitirá que ambos enriqueçam seu saber.

b) Relação professor-aluno
Hendricks (1991, p. 96) diz que “Toda aprendizagem começa ao nível da emoção [...]”. A pessoa aceita aquilo que quer aceitar e rejeita o que quer rejeitar. Se a atitude do aluno para com o professor for positiva, ele aceitará o ensino do professor. Se ela for negativa, ele rejeitará o conteúdo que o professor está ministrando porque rejeita a pessoa do professor.

c) Preparo do professor
Muitas vezes a maneira como o professor ensina pode se constituir verdadeiros motivos para fracasso escolar dos alunos. É ele quem vai conduzir todo o processo de ensino-aprendizagem. Qualquer erro neste processo poderá representar prejuízos em todos os aspectos da vida do seu aluno. Por isso a necessidade de professores bem capacitados.

6 ESPÍRITO SANTO

• Funções do Espírito Santo
O Espírito Santo é Deus em sua plenitude. Em relação a humanidade ele tem algumas funções, tanto para os seus filhos como para aqueles que ainda não o são.
a) Consolador - “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (Jo 14:16);
b) Distribui Dons Espirituais - “Todas estas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer.” (1 Co 12:11).
c) Executor da Salvação - É Ele quem “convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:7,8).
d) Realizador da Obra - E em João 15:5 diz: “Sem mim nada podeis fazer.”
“Os mestres humanos (Ef 4:11,12) estão em adição ao Espírito, não em substituição a Ele” (HENDRICKS, 2000, p. 36). Ele ainda afirma que “Só pelo Espírito Santo os professores podem ser guiados e capacitados a ensinar efetivamente a Bíblia e assuntos relacionados.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS

E assim, juntos, o aluno, recursos didáticos, o local, o professor, a clareza na comunicação e, o Espírito Santo poderão se tornar elementos geradores da aprendizagem. Cada um destes elementos tem papel importante no processo ensino-aprendizagem. Se um, ou mais, destes elementos estiver sendo negligenciado todo o processo poderá ser comprometido dificultando, assim, a aquisição do conhecimento por parte do aluno.
A Escoa Bíblica precisa desenvolver um ministério educacional que possibilite as pessoas chegarem à maturidade cristã a fim de contribuírem como bons servos no ministério eclesiástico e como cidadãos na sociedade onde então inseridos. E para que isto aconteça é necessário um investimento exaustivo nestes elementos geradores da aprendizagem, pois se qualquer um deles falhar haverá grandes obstáculos à aprendizagem (considerando o fato de que o Espírito Santo não falha, mas nós falhamos em não incluí-lo).


REFERÊNCIAS

DUTTON, Garner Allen. O Espírito Santo de Deus – no eterno propósito. São Paulo: Vida Cristã, 1980.
FORD, Leroy. Ensino dinâmico e criativo. Rio de Janeiro: JUERP, 1995.
GANGEL, Kenneth O.; HENDRICKS, Howard G. Manual de ensino para o educador cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
GEORGE, Sherron K. Igreja ensinadora. Luz Para o Caminho, Campinas - São Paulo: 1993.
HENDRICKS, Howard. Ensinando para transformar vidas. Venda Nova, MG: Betânia, 1991.
LEFEVER, Marlene. Estilos de aprendizagem: como alcançar cada um que Deus lhe confiou para ensinar. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
MENDES, Wohglaides Lobão. Nova realidade para a escola bíblica dominical. São Luis: Grafias, 2006.
RAMOS, Cosete. O despertar do gênio: aprendendo com o cérebro inteiro. Rio de Janeiro: Qualiymark Ed., 2002.
TULER, Marcos. Recursos didáticos para escola dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
WILKINSON, Bruce. As 7 leis do aprendizado. Venda Nova, MG: Betânia, 1998.


aRcc/wlm

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