terça-feira, 30 de novembro de 2010

RESILIÊNCIA NA PERSPECTIVA BÍBLICA


INTRODUÇÃO

Basta ligar a televisão em qualquer noticiário ou abrir qualquer jornal que logo se é confrontado com crimes bárbaros; envolvimentos ou dependência de drogas e tudo o que envolve o tema; guerras, doenças, catástrofes entre outros assuntos afins. Esta é a realidade caótica em que se encontra a sociedade hodierna. Pouco se noticia de bom, positivo ou que eleve o indivíduo a um estado de felicidade.

Por conta disto, o que se percebe é que o indivíduo cada dia mergulha mais em situações de desespero, depressão e, por não ver muitas vezes saída para estas situações, acaba se tornando esquisito, paranóico, com comportamentos mentais reprováveis e em alguns casos extremos chegam ao homicídio ou suicídio.

A psicologia, que tem como objetivo principal estudar o comportamento destes indivíduos muito tem ajudado, pois além de diagnosticar o problema, tenta tratar suas causas e até amenizar seu sofrimento. Mas não tem dado a devida atenção para a prevenção de muitas patologias.

Com esta preocupação, Martin Seligma, psicólogo norte americano, iniciou um movimento chamado Psicologia Positiva. Este tema “visa oferecer nova abordagem às potencialidades e virtudes humanas, estudando as condições e processo que contribuem para a prosperidade do indivíduo e comunidade.”[1]

Neste artigo, será abordado apenas um aspecto da Psicologia Positiva – a resiliência. Serão mostrados personagens bíblicos que se destacaram por esta virtude, também mostrar como a Bíblia trata destas questões em ralação àqueles que nela buscam alento e orientação.

DEFINIÇÃO DO TERMO

A psicologia define resiliência como sendo “a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas” sem surtar.[2] A resiliência pode levar a pessoa a tomada de decisão entre o que lhe causa tensão e a vontade de superar-la. Pode-se entender resiliência, também como “condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.”[3]

George Souza Barbosa ( 2006) entende a resiliência como uma mistura de sete elementos: a) Administração das Emoções. Aqui o resiliente tem a capacidade de controlar as emoções diante de situações estressantes. b) Controle dos Impulsos, que significa o controle das ações motoras e verbais diante de uma experiência emocional seja ela positiva ou negativa. c) Empatia, que é a capacidade de compreender as emoções do próximo como se este estivesse dentro de si mesmo. d) Otimismo. Crença de que as situações difíceis são momentâneas e de que elas podem ter um desfecho favorável e positivo. e) Análise do Ambiente, é a capacidade de reconhecer no ambiente alguma situação de risco bem como tomar a decisão de se colocar no local de segurança. f) Auto Eficácia. Aqui trata da confiança em si mesmo e de que será capaz de resolver seus próprios problemas. g) Alcance de Pessoas, que é a capacidade em formar vínculos com outros sem medo de desenvolver relacionamentos ou atividades com elas.

Para Barbosa, a junção destes fatores permite ao resiliente superar as adversidades que se lhes apresentarem durante sua vida e ainda poderá acodir tantos quantos presisarem de sua ajuda. Esta é uma pessoa forte para si mesma e para o próximo. A junção destes fatores ainda possibilita o desenvolvimento e a maturação das emoções.

A resiliência não é algo que se desenvolve sozinho, apesar dela ser uma virtude pessoal. “A resiliência é, na verdade, o resultado de intervenções de apoio, de otimismo, de dedicação e amor...”[4]. Pelos exemplos bíblicos aqui expostos, perceber-se-á a importância da presença de alguém resiliente na ajuda de alguém que precisa enfrentar e vencer as dificuldades se tornando, também, resiliente.

Gisele Szymczak, Psicóloga Clínica, mostra alguns comportamentos que a pessoa que quer ser resiliente deve desenvolver:[5]

Ø Tornar-se uma pessoa criativa, resistente a frustração, hábil na procura de soluções.

Ø Lidar com problemas, superá-los e até de se deixar transformar por adversidades.

Ø Não se abate facilmente.

Ø Não culpar os outros pelo fracasso.

Ø Desenvolver auto-confiança. As pessoas que enfrentam obstáculos se mostram vacinadas para enfrentar o próximo.

Ø Desenvolver habilidade interna para administrar conflitos.

Ø Controlar as emoções.

Ø Desenvolver a capacidade de se recuperar e crescer mesmo em meio a sucessivos problemas.

Ø Transformar a energia de um problema em solução criativa.

Ø Tira proveito do sofrimento.

RESILIÊNCIA NA PERSPECTIVA BÍBLICA

Neste ponto serão usado os elementos destacados por Barbosa na mistura que compoe a resiliência e analisado cada um na vida de personagens da Bíblia que demonstraram ter esta virtude – a resiliência.

a) Administração das Emoções – Paulo diz aos filipenses que sabe viver em qualquer situação, seja ela boa ou má. “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.” (Fp 4:12) Tendo aprenido a administrar suas emoções tanto na bonança quanto na dificuldade ele agora exorta os santos a viverem alegres sempre e em qualquer situação. “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!” (Fp 4:4). Exorta-os para que deixem de lado as coisas que os abatem como a ansiedade, por exemplo. E como resultado desta forma de vida terão corações e mentes em paz.

b) Controle dos Impulsos - a Bíblia apresenta este elememto com a nomeclatura de “domínio próprio”. Este é uma das partes do fruto do Espírito. “... mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gl 5:23). Billy Graham (1988, p. 203) define domínio próprio como um “senhorio forte e pesado, capaz de controlar nossos pensamentos e ações”. Existem pessoas que não são capazes de controlar a si mesmos apesar de serem capazes de comandar batalhões. Outros ainda são capazes de dominar qualquer público com suas palavras cativantes, mas não o são de se dominar diante de provocações e insultos. O resiliente tem domínio sobre suas emoções o suficiente para não se abater diante destas e de outras situações igualmente estressantes. José, na casa de Potifá foi um exemplo de autodomínio diante das seduções da mulher adultera. (Gn 39:7-14). Honrou a confiança que Potifá lhe havia depositado como mordomo e não pecou contra o seu Deus.

c) Empatia – é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Quem fez isto de foma inigualável foi Cristo quando deu sua própria vida para a salvação da humanidade perdida. Mas, existe outro exemplo na Bíblia que retrata também esta virtude, é a parábola do “Bom Samaritano” descrita em Lucas 10:33 a 37. A pergunta capsiosa feita pelo interpre da lei que deu origem a esta parábola foi “o que devo fazer para herdar a vida eterna?”. Então Cristo pergunta o que está escrito na Lei. Ele prontamente responde, pois era conhecedor profundo dela: “Ame a Deus, de todo o seu coração, [...] e o seu próximo como a si mesmo”.

Amar o próximo como a si mesmo é cuidar dele como cuida de si próprio não importando quem seja. COSTA (s.d., p.7) diz que “ninguém consegue viver bem com o seu próximo se ele é desprovido do sentimento amor.” O próximo não é apenas alguém que está perto, mas o que naquele momento está precisando de seus cuidados. EVANS (1996, p.200) diz que “O mandamento para que amemos a nosso próximo deve ter aplicação universal, nada de aplicação seletiva.” Se o discípulo ama somente a Deus, perde o contato com as necessidades do próximo e sua mensagem será apenas teológica. Se, porém, ama só o próximo, sua mensagem será apenas prática. Tiago 2:14-16 diz que “a fé sem a obra é morta.” Quando Cristo perguntou ao intérprete da lei quem era o próximo do moribundo, ele admitiu ser aquele que, apesar de não conhecê-lo, usou de misericórdia. Finalmente o estudioso da lei, compreendeu a dimensão do verdadeiro amor ao próximo. O samaritano, apesar de não ter profundo conhecimento da lei tinha um bem maior, um coração que não mediu esforços para amar o seu semelhante. Este samaritano compreendeu que a compaixão deveria ser estendida a todos sem discriminação. Seu ato ensinou que o conhecimento da Lei “ama o teu próximo como a ti mesmo”, nada valia se ela não fosse cumprida na prática.

d) Otimismo – Percebe-se esta virtude em Abraão quando foi sacrificar seu filho Isaque a pedido de Deus. Abraão respondeu a seu filho “Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22:8). Aqui Abraão tinha confiança de que aquela situação poderia se reverter a qualquer momento. Em nenhum instante ele perdeu a esperança de que Deus agiria de forma que o desfecho fosse favorável e não trágico como parecia.

e) Análise do Ambiente – A viagem de Paulo para Roma juntamente com outros prisioneiros descreve bem esta situação. Por causa da situação climática Paulo advertiu ao comando do navio que não deveriam partir de Creta. Mas, não foi ouvido. O tufão de vento chamado Euro-aquilão deixou o navio sem controle, ficando totalmente a mercer do forte vento. Os marinheiros já haviam jogado toda a carga no mar tentando impedir que o barco não afundasse. E quando já estavam a ponto de se jogar no mar na tentativa de se salvarem, “Paulo disse ao centurião e aos soldados: “Se estes homens não ficarem no navio, vocês não poderão salvar-se”. (At 27:31). Foi a capacidade do resiliente Paulo em ver que a segurança naquele momento estava na permanencia de todos no navio, mesmo parecendo ser aquela uma idéia ruim. Mas, foi isto que salvou a vida de todos.

f) Auto Eficácia – Existem pessoas que sempre estão procurando alguém para resolver seus problemas. Isto acontece muito nas igrejas onde os membros estão sempre a procura de um guia espiritual para lhes dizer o que e como fazer. Não são capazes de tomar um rumo sem o conselho do seu guru espiritual. Para estes, chega a ser cômodo pois se errarem, terão a quem culpar. O resiliente não é uma pessoa auto-suficiente, mas também não é dependente. É alguém que confia na sua capacidade de resolver seus problemas e mesmo que busque ajuda externa, tem a convicção de que a responsabilidade será toda sua na resolução deles. Paulo era uma pessoas assim. Tinha iniciativa, não dependia de outros para realizar suas tarefas, líder e eficiente no que se propunha realizar. Como consequencia desta virtude ele plantou muitas igrejas. Nas Cartas de Paulo escritas no Novo Testamento, estão demonstradas esta virtude dele.

Em meio a todos os sofrimentos, Paulo continuou cultivando qualidades de pureza, inclusive a sinceridade, como também a integridade nas questões financeiras; ciência, especialmente no seu modo de levar as pessoas ao conhecimento de Deus pelo Evangelho; longanimidade, usando de autocontrole em lidar com pessoas difíceis e circunstâncias difíceis; e benignidade, como benignidade, paciência e longanimidade de Deus (cf. Rm 2.4).[6]

g) Alcance de Pessoas – Jesus não mediu esforços para alcançar a humanidade perdida e deu a sua própria vida para permitir ao homem a possibilidade de relacionamento com Ele. Uma outra pessoa nobre neste aspcto foi Barnabé. Quando Paulo procurou se juntar com os discípulos não foi aceito por eles, pois não acreditavam na sua conversão (At 9:26,27), “Então Barnabé o levou aos apóstolos e lhes contou como, no caminho, Saulo vira o Senhor, que lhe falara, e como em Damasco ele havia pregado corajosamente em nome de Jesus.” Mais a diante Barnabé, mesmo contrariando Paulo e desistindo da parceria missionária com ele, resolveu dar uma nova chance também para João Marcos – “Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre, (At.15:38). O argumento de Paulo era porque João Marcos já os havia abandonado anteriormente – “De Pafos, Paulo e seus companheiros navegaram para Perge, na Panfília. João os deixou ali e voltou para Jerusalém.” (At 13:13). Agora Barnabé estava investindo mais uma vez em João. Se daria certo ou não, só saberia depois. O fato foi que Barnabé não se deixou intimidar nem pelo perigo que Paulo poderia representar, nem pelo medo de se decepcionar outra vez com João Marcos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. (Jo 16:33). Jesus Cisto disse isto aos seus discípulos há mais de dois mil anos atrás. Certamente Ele sabia de tudo o que, não só o seu povo, mas toda humanidade haveria de passar: guerras, doenças, catástrofes entre outras situações afins. Ele nunca prometeu aos seus que seria fácil, mas também nunca disse que seria impossível. A mensagem resiliente e de ânimo dita naquela época é perfeitamente aplicável hoje em nossos dias cheios das más noticias e de desesperança diante das situações estressantes. “Tende bom ânimo” significa que a pessoa deve esperar vitória sobre aflições, pois elas passam. Pensar no melhor diante das adversidades da vida ajuda a passar por elas e é dependendo desta atitude positiva que o resiliente é capaz de vencê-las.

Exemplo: quando recebemos um limão de “presente”, podemos fazer duas coisas com ele. Ou descascá-lo e come-lo com todo o seu azedume e amargor ou fazer uma limonada e nos refrescarmos nos dias de muito calor. É a atitude positiva ou negativa diante de tal presente que determinará o resultado positivo ou negativo. O que Cristo quer dizer com “Tende bom ânimo” é que a pessoa deve ter esta atitude positiva diante das adversidades da vida e com isto, tem mais facilidade de vencer, pois Ele venceu e será capaz de dar a vitória para quantos a buscarem.

Antes de Paulo dizer aos filipenses “Tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4:13), ele falou da importância de se ter pensamentos nobres. “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” (Fl 4:8). Este é um exercício que se deve fazer diariamente com a ajuda de Cristo. Fora disto o homem tende a ver as situações sempre pelo lado negativo, pois pensamentos derrotistas não podem animar ninguém em situação nenhuma. Quando Paulo diz que “tudo pode” não significa que ele tem super poderes, mas quer dizer que, não importam as circunstâncias, ele crer que em Cristo terá vitória e que Ele supriria a força que precisasse para enfrentá-las. A tradução da NTLH esclarece bem esta questão. Ela diz: “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”.

“Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados, dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.” (2 Co 4:16,17). Aqui Paulo consola os coríntios que estavam passando por “leves e momentâneos” sofrimentos. Ele os considerou assim antevendo as bênçãos que os esperavam como resultado daquela experiência e aprendizado.

O chato de uma provação é sua aparente inutilidade. Mas, a Bíblia garante vitória para os que a vencerem (Tg 1:12). No momento talvez pareça sem utilidade, mas se a provação for encarada de forma positiva, os resultados abençoados logo serão vistos. Um deles, geralmente é maior aproximação com Deus. Quando se crer que tudo, realmente coopera para o bem dos que amam a Deus e que Ele jamais colocaria um dos seus em alguma situação se fosse para o seu mal, a fé é fortalecida, a espera pela vitória se torna suave, pensamentos nobres são estabelecidos, o bom ânimo se instala e a força para vencer qualquer situação, em Cristo, surge.

Portanto, a exemplo de Paulo que diz: “esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo (...)”(Fl 3:13), aquele que detém a virtude da resiliência prossegue suportando traumas em todos os aspectos e ainda assim mantendo sua integridade física, emocional e psicológica intacta. O termo “prossigo” demonstra que o autor não está preso ao passado, mas tem interesse no seu presente, olhando para o futuro em busca do “alvo”. Paulo Roberto Seabra diz que

“Na verdade, ninguém pode desligar-se da sua história pessoal. O que se deve fazer é uma cuidadosa leitura do passado, procurando identificar os conflitos, as contradições, os traumas, etc. Verificar, também, os momentos bons, que representaram conquistas e vitórias.”[7]

O passado faz parte da história de cada um. O que Paulo expressa é a necessidade de não se prender neste passado, mas dar impulso e continuar compondo sua história. E se por acaso houve dificuldades de quaisquer espécies, que elas não sejam motivos para atrapalhar este prosseguir em busca do prêmio.

Para um resiliente, o passado, tenha sido ele bom ou não, nunca determinará o seu presente ou futuro. As lições tiradas dele, certamente lhe darão capacidade para lidar com os problemas tanto no presente como no futuro.


REFERÊNCIAS

1. BARBOSA, George Souza. Resiliência (psicologia).

In (http://pt.wikipedia.org/wiki/Resiliencia_(psicologia))

2. Bíblia Thompson em CD-ROM, NVI. Editora Vida

3. COSTA, João Arantes, Revista de EBD: O compromisso do crente- Princípios Bíblicos da Ética Cristã. Editora Cristã Evangélica, ANO XXVI - no 2, p. 7

4. EVANS, Craig A. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora VIDA, 1996, p. 200

5. GRAHAM, Billy. O Espírito Santo – ativando o poder de Deus em sua vida. Vida Nova, São Paulo: 1998.

6. HORTON, Stanley M. I e II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD.

7. Resiliência, Fé e Cuidados Paliativos. In:

http://escutandodeus.wordpress.com/2009/09/12/resiliencia-fe-e- cuidados-paliativos/

8. SZYMCZAK, Gisele. Resiliência. In: http://resiliencia29.blogspot.com/

9. SEABRA, Paulo Roberto. Pensamentos e Atitudes. In: http://www.seminariodosul.com.br/site/index.php?Itemid=67&id=227&option=com_content&task=view

10. YUNES, Maria Angela Mattar. Psicologia Positiva e Resiliência: o foco no indivíduo e na família. In: (HTTP://www.scielo.br/pdf/pe/v8nspe/v8nesa10.pdf)

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