quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

“E Perseveravam...”


Atos 2:42- 47

Jesus nasceu, viveu, desenvolveu seu ministério, morreu, ressuscitou, ficou por 40 dias entre seus discípulos. E, antes de ser assunto aos céus, chamou-os e lhes deu mais algumas instruções.
Em Atos 1:4 Cristo diz para seus discípulos: “não saiam de Jerusalém (...) esperem o cumprimento da promessa que fiz sobre o Espírito Santo”. Em Atos 1:8 diz: “quando o Espírito Santo vier vocês vão receber o poder para serem minhas testemunhas.” E em Atos 2:1 a promessa é cumprida, o Espírito Santo vem e todos os que obedeceram ficando ali, foram cheios Dele. Naquele momento Pedro, já cheio do Espírito Santo, deu sua primeira mensagem (At. 2:14 – 41). Quase 3 mil pessoas aceitaram a Palavra e foram batizados.
O que me chamou a atenção foi a forma como estes “quase 3 mil” novos membros viviam.

A – Em Atos 2: 42 diz que eles perseveravam.

• PERSEVERAVAM NA DOUTRINA

Neste ponto podemos destacar 3 bons motivos para esta perseverança.
1- Crescimento pessoal – Eles estavam saindo de uma forma religiosa diferente do cristianismo e tinham necessidade de saber mais sobre as doutrinas cristãs ensinadas pelos apóstolos. Queriam conhecer mais sobre Deus a quem amavam e serviam agora.
2- Segurança doutrinária – Mateus 24:24 diz que “surgirão falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” Se eles conhecessem bem as doutrinas cristãs não seriam enganados por falsos mestres e isto os animava a perseverar no estudo da Palavra.
3- Para ensinar aos outros, o que Cristo havia ensinado – Mateus 28:20 diz: “ ensinando-os a guardar tudo o que vos tenho ensinado.” Aqui tem uma ordem de Cristo para que os discípulos fizessem com outros o que foi feito com eles. Os que aprenderam, agora, tinham a responsabilidade de passar para outros e foi graças a obediência de muitos que hoje nós conhecemos a Sã Doutrina. Cabe a nós darmos continuidade, com perseverança, a este ensino. Paulo também exorta seu discípulo Timóteo a fazer isto. “E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2:2).
Como podemos aprender sobre a Bíblia e suas verdades? Perseverando no seu estudo. As falsas seitas doutrinam, muito bem, seus adeptos. E quando eles vêem nos catequizar, muitas vezes ficamos sem argumentos diante deles. Por quê? Por falta de conhecimento sólido, profundo e correto das doutrinas bíblicas. Porque isto acontece? Por falta de perseverança no estudo sistemático da Bíblia. Falta de perseverança na doutrina dos apóstolos.

• PERSEVERAVAM NA COMUNHÃO

Se é difícil em uma igreja do tamanho das que conhecemos hoje, manter a comunhão por causa da chamada “incompatibilidade de gênios”, imagine naquela igreja com 3 mil membros.
Em Tiago 4:1 o apóstolo questiona: “De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? Dos prazeres que militam em vossa carne”. Sentimos um incontrolável prazer em falar mal dos outros; em caluniar os outros; em odiar e nos vingar dos nossos ofensores. Fazemos estas coisas porque satisfaz nossa carne. Dá-nos prazer, mesmo sendo errado. Mas elas nos afastam uns dos outros.
A doutrina dos apóstolos ensinava sobre o amor ao próximo; a tolerância em relação aos inimigos; como lidar com a vingança; como lidar com o ódio, entre outros. E aquela congregação com quase 3 mil membros conhecia os perigos da falta de comunhão, bem como os seus benefícios. No Salmo 133 diz que é bom e agradável viverem unidos os irmãos. E no lugar onde há comunhão Deus ordena a benção e a vida para sempre. O contrário também é verdadeiro. Onde não há comunhão o ambiente fica insuportável, sem produção do fruto do Espírito Santo e o que é pior, Deus não ordena bênção nem vida. Por isso a igreja primitiva optou por perseverar na busca da comunhão.

• PERSEVERAVAM NO PARTIR DO PÃO

Em Atos 2: 45,46 diz que “Dividiam o que tinham com os necessitados”. Aquela igreja aprendeu sobre a vida em comunhão, agora estava pondo em prática. Isto também pode ser chamado de “Prática das Boas Obras”. Em Efésios 2:8 -10 diz que não fomos salvos pelas boas obras, mas PARA as boas obras.
Nos últimos mandatos presidenciais nós temos ouvido muito sobre os “descamisados”; “sem teto”; “sem terra”; “sem pão”; “sem outras coisas”. Governantes, entidades religiosas, empresários, líderes espirituais entre outros, têm tentado resolver uma parte dos problemas fazendo reforma agrária; ou mandando carretas cheias de alimento e roupas que logo acabam. São boas obras – “Ninguém pode negar.”
Talvez a sua igreja não tenha condições de praticar estas “boas obras“ e nem neste porte. Mas, há uma classe de pessoas que está sendo esquecida. E aqui a igreja pode fazer e fazer muito bem, que é resolver o problema dos “SEM CRISTO“ ou dos “SEM IGREJA.” Dividamos, pois, o pão espiritual com estes necessitados de Cristo e de Salvação.

• PERSEVERANÇA NA ORAÇÃO

O Apóstolo Tiago em 5:16 – Define a oração como uma poderosa arma. “Muito pode por sua eficácia a oração do justo.” De fato, a oração é a arma mais poderosa que Deus pôs na mão da igreja e o diabo sabe disto tanto sabe que vai impedir da igreja orar. De que forma ele tem impedido de sua igreja orar?
1. Uma igreja que ora muito é uma igreja que cresce muito;
2. Uma igreja que ora pouco é uma igreja que cresce pouco;
3. Uma igreja que não ora de jeito nenhum é uma igreja que não cresce de jeito nenhum
Não podemos ser testemunhas, nem fazer missões, nem fazer absolutamente nada no que diz respeito às coisas espirituais sem oração. João 15:5 Cristo diz: “sem mim nada podeis fazer”. Isto significa nada mesmo.

B – Em Atos 2: 47 diz que eles Louvavam a Deus

Louva-se a Deus por aquilo que ele fez, faz e fará. Aquela igreja reconhecia todos os benefícios recebidos do Senhor, não só espiritualmente como descrito em Efésios 1:3 em diante, mas também os benefícios materiais, pois os salvos distribuíam uns com os outros o que tinham, não faltando nada para a comunidade cristã.

C – Em Atos 2: 47 diz que eles davam bom testemunho

Aquela era uma igreja que contava com a simpatia dos demais. A vizinhança tinha prazer com a presença dela. A função de sal da terra e luz do mundo era exercida no meio da comunidade não cristã e isto lhe fazia bem. Não era difícil para aquela igreja pregar o evangelho de Cristo, pois viviam o cristianismo na sua íntegra. Então, era natural que a comunidade também, quisesse seguir este Cristo. E muitos foram salvos.

CONSEQUÊNCIAS ÓBVIAS DESTA FORMA DE VIDA
1. Liderança com poder – 2:43 “muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.”
2. Simpatia e respeito da comunidade – 2:47 “e contando com a simpatia de todo o povo.”
3. Salvação de vidas – 2:47 “Enquanto isto, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.”

CONCLUSÃO

A igreja primitiva perseverava na doutrina dos apóstolos; na comunhão; no partir do pão e nas orações. Como conseqüência deste compromisso “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At 2: 47).
A igreja hodierna tem em mãos a receita bíblica para crescimento tanto em quantidade quanto em qualidade:
• Perseverar no estudo a Palavra de Deus de modo que estejamos aptos para ensinar a outros;
• Perseverar na comunhão entre os irmãos de modo que os que chegarem em nossas igrejas possam sentir que elas são diferente da sociedade em que viviam;
• Perseverar na prática das boas obras, boas ações, principalmente entre os “Sem Cristo” com o pão espiritual.
• Perseverar nas orações. Usar esta poderosa arma que Deus pôs em nossas mãos.
Os resultados, com certeza, virão. E, como na igreja primitiva, o Senhor salvará muitas vidas.

Amém!

Mana Lobão

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